NOVO CORONAVÍRUS


As bibliotecas públicas do
Sistema Municipal, incluindo o Ônibus da Cultura, permanecerão fechados por
tempo indeterminado.
A
Prefeitura de São Paulo adotou novas medidas para evitar a proliferação do
coronavírus (Covid-19) na cidade. Entres elas, estão o
cancelamento de eventos do poder público, alvarás e autorizações emitidas para
eventos privados que gerem qualquer tipo de aglomeração, além do fechamento de
todos os equipamentos culturais municipais como Casas de Cultura, Teatros,
Centros Culturais, Bibliotecas e as Salas de Cinema do Circuito SP Cine por
tempo indeterminado.
Outras
informações sobre as medidas anunciadas, acesse http://www.capital.sp.gov.br/noticia/prefeitura-de-sao-paulo-anuncia-novas-medidas-para-evitar-a-proliferacao-do-covid-19-e-garantir-atendimento-medico



Páginas

sábado, 17 de outubro de 2009

"Espaço Você é o Autor"

Enquanto aguardávamos alguém nos enviar algo, para inaugurarmos o espaço "Você é o autor", um funcionário do Ônibus-Biblioteca resolveu publicar duas de suas poesias. Elas já foram declamadas em Saraus do Centro Educacional Unificado - CEU Alvarenga, e a primeira postada aqui foi feita em homenagem às lavadeiras, que lavam suas roupas em rios espalhados pelo Brasil. Esperamos que com essa publicação, outros se animem. Vamos compartilhar idéias?

A terceira água

Lá, vai a moça
A caminho do rio
Na cabeça, a trouxa
E no ventre, um filho.

Também vai a velha
A caminho do rio
Na cabeça, a trouxa
E na alma, o frio.

E com elas, a menina
A caminho do rio
Na cabeça, a trouxa
E no olhar, um brilho.

Sob o sol, lá vão as três
A moça é Branca,
A velha Santa
E a linda Inês.

Branca é mãe solteira
Mal falada no lugar
Assim, sem eira nem beira
Vive só, a lamentar.

Santa é do pau-ôco
Que animou cabarés
Do fogo, sobrou pouco
Nem um homem a seus pés.

Inês bem mais esperta
Quer futuro promissor
Trocar a trouxa de roupa
Por um rico senhor.

Quando Branca pisa n'água
O rio claro escurece
Traz tanta mágoa, coitada!
Seu canto parece prece.

Quando Santa pisa n'água
O rio também escurece
Foi tão doído ter sido usada
Que na velhice, seu canto não esquece.

Já quando Inês pisa n'água
O mesmo rio sorri
Há tanta vida nela, que graça!
Seu canto diz bem-te-vi.

Três vidas, seus cantos, e um rio
Inês brilho, Santa dor, Branca mágoa
Lavadeiras que esfregam o destino
E se purificam na terceira água.

João Batista de Assis Neto
Bibliotecário (Ônibus-Biblioteca)
Roteiros da Zona Sul


Sem sentido

Baseando-me na velocidade do cometa Halley
Equiparo seu diâmetro à hipotenuza
Dispersada de dois catetos
Tangente, em terra, estou elevado ao quadrado.

Já ao cubo, a mente obtusa sobe e concatena-se
Com a brilhante estrela do mar, ao desaguar
Nos oceanos da bissetriz coagulada.

No infinito, meus órgãos fragmentam-se
Pela sucção molecular do diafrágma
Enquanto o ar me falta, calo-me
E tento vomitar o que não vivi.

Já pó, entro em erupção
Dos cacos formo o todo, incompleto? Sim
Mas com o mesmo destino: apenas viver!

João Batista de Assis Neto
Bibliotecário (Ônibus-Biblioteca)
Roteiros da Zona Sul

Um comentário:

  1. Os ônibus Biblioteca
    Estão aí pra ajudar
    No incentivo a leitura
    Buscando um novo olhar,
    O meu cordel tem altura
    Por isso viva a cultura
    E a arte popular.

    ResponderExcluir